domingo, 28 de fevereiro de 2016

O Sabá das Bruxas - Parte 6

Illustration by Martin van Maële of a Witches' Sabbath (1911 edition of Jules Michelet's La Sorcière)

As Formas Diabólicas de Satanás

Nestes encontros, algumas poucas vezes, Satanás esteve ausente; nestes casos, um pequeno demônio tomava seu lugar. De Lancre enumera as várias formas que o diabo assume nestas ocasiões, tão variadas quanto seus movimentos são "inconstantes, cheios de incertezas, ilusão, decepção e impostura".

Algumas das bruxas que ele examinou, entre as quais uma garota de 13 anos chamada Marie d'Aguerre, disse que naquelas assembleias havia uma grande garrafa ou cântaro no meio do Sabá; dali o diabo saía assumindo a forma de bode que, subitamente, tornava-se enorme e assustador. No fim do Sabá ele retornava à garrafa.

Outros o descrevem como um grande tronco, como o de uma árvore, sem braços ou pés, sentado em uma cadeira com as feições de traços humanos grosseiros. É recorrente a referência à face de bode, com dois chifres na testa e dois chifres na nuca. Nos relatos mais frequentes, são três os chifres do Capeta sendo que o do meio [da testa] serve para fornecer luz e fogo ao Sabá. Ocasionalmente, o Demo usa um chapéu ou tipo de capa sobre os chifres.

"Na frente, ostenta seu membro e atrás, possui uma cauda que lhe sai de uma segunda face traseira, rosto este que é oferecido ao beijo cerimonial que seus adoradores lhe dão em sinal de submissão. Este Diabo é aqui representado como imagem de Priapus. Marie d'Aspilecute, 19 anos, residente em Handaye, declarou que na primeira vez em que foi apresentada ao Demônio, beijou-o naquela face, traseira, três vezes.

Outros disseram que o Diabo é como um homem de grande porte, "envolvido em vapores que o encobrem, de modo que não o vejam claramente"... Sua face é vermelha como o ferro aquecido na fornalha. Corneille Brolic, uma adolescente de 12 anos, disse que quando o viu pela primeira vez ele tinha forma humana, porém, com quatro chifres em sua cabeça e sem braços.

Estava sentado em um púlpito cercado de algumas mulheres, suas favoritas... Jannete d'Abadie, de Siboro, 16 anos, disse que Satanás tinha duas caras, uma na frente outra na parte de trás da cabeça, [tal como a representação do deus Janus]. O Diabo também foi descrito com um grande cachorro negro.

Em tempos mais remotos, Satanás apareceu, frequentemente, em forma de serpente - outro ponto de contato com os cultos priápicos. Na Idade Média, no entanto, a forma de bode foi a mais comum.


Fonte: The Witches' Sabbath — O Sabá das Bruxas de Thomas Right | tradução & adaptação: ligiacabus

O Sabá das Bruxas - Parte 5

The Witches' Sabbath, Claude Gillot (1673-1722), gravura (detalhe). Paris, Bibliothèque Nationale De France

Pierre de Lancre — Bruxaria em Labourd

Outro francês, Pierre de Lancre, conselheiro do rei, juiz do parlamento de Bordeaux, ingressou, em 1609, em uma comissão encarregada de apurar acusações de bruxaria em Labourd, distrito das províncias bascas, região célebre por suas bruxas e aparentemente, pelo baixo nível de moralidade de seus habitantes. Labourd é um lugar isolado e seus moradores conservaram suas antigas superstições com grande tenacidade.

De Lancre investigou a natureza dos demônios e a razão pela qual os residentes de Labourd eram tão ligados à feitiçaria. As mulheres locais, eram de temperamento naturalmente lascivo, coisa que se podia ver na maneira de vestir e arranjar os cabelos, singularmente indecentes, expostas sem a menor modéstia. O principal produto agrícola era a maçã, curiosa associação com o aspecto pecaminoso de Eva. De Lancre ficou quatro meses estudando a situação de Labourd e, depois de tudo que tinha visto e ouvido, resolveu dedicar-se ao estudo da bruxaria e, no devido tempo produziu seu grande trabalho sobre o tema: Tableau de l'Incosntance des Mauvais anges et Démons.

De Lancre escreve honestamente e acredita no que diz. Seu livro tem valor pelo grande número de informações que contém incluindo confissões de bruxas transcritas nas próprias palavras das depoentes. Um segundo livro foi dedicado totalmente aos detalhes do Sabá.

A pesquisa de revelou algumas contradições e mudanças. Nos tempos antigos, as noites de segunda-feira eram as noites de Assembleia. Na época do estudo, estas noites eram as de quarta e sexta-feira. Algumas bruxas disseram que seguiam para o lugar do encontro ao meio dia. A maioria, entretanto, afirmou que meia-noite era o horário certo.

O lugar do Sabá era, de preferência, uma encruzilhada, mas não obrigatoriamente. Era suficiente um lugar isolado, um sítio mais selvagem, no meio de uma charneca, especialmente longe de habitações humanas ou de lugares assombrados.

Ali, na região de Labourd, esse lugar era chamado Aquelarre, significando Lane de Bouc ou Mata do Bode, uma referência à forma caprina assumida por Satanás nestes Sabás.

Na mesma região, outros lugares, ainda, teriam sido cenários de Sabás: "Mais de cinquenta testemunhas nos asseguraram que tinham estado em uma 'Mata do Bode' para o Sabá na montanha de La Rhune, algas vezes, em uma abertura da montanha [uma caverna? ], outras vezes, na capela do Espírito Santo, que fica no cume; algumas vezes o Sabá foi realizado na igreja de Dordach, nos limites de Labourd. Em outras ocasiões, ainda, a Assembleia se reunia em casas, residências particulares.

Porém, o mais usual é que o Diabo escolha para os Sabás as entranhas da mata, as casas velhas, abandonadas, ruínas de antigos castelos, especialmente se ficam no alto das montanhas. Um velho cemitério pode servir, se é isolado, e o mesmo se aplica às capelas, ermidas, o topo de um rochedo debruçado sobre o mar, como aquele onde fica a capela de Saint Jean de Luz, Puy de Dome em Perigord e locais semelhantes.


Fonte: The Witches' Sabbath — O Sabá das Bruxas de Thomas Right | tradução & adaptação: ligiacabus

Uma Incrível Coincidência


Fatos da vida muitas vezes imitam a ficção. Vejamos o misterioso caso dos dois Richard Parker. O primeiro, um taifeiro, personagem da "Narrativa de Arthur Gordon Pym", romance inacabado de Edgar Allan Poe, publicado em 1837.

No curso da narrativa de Poe, quatro marinheiros naufragam no mar e escapam em pequeno barco salva-vidas. Ameaçados pela fome, os quatro finalmente decidem tirar a sorte para ver que seria sacrificado e canibalizado pelos outros três. Parker tirou o palito mais curto e foi prontamente esfaqueado e devorado pelo trio de sobreviventes.

Mais de quarenta anos depois a história inacabada de Edgar Allan Poe repetiu-se com incrível precisão e com detalhes macabros. Quatro sobreviventes de um naufrágio salvaram-se com o bote salva-vidas, tiraram a sorte com palitos para ver quem sobreviveria e quem seria devorado. E o perdedor foi Richard Parker, o taifeiro do navio. Seus companheiros foram julgados por um tribunal inglês, em 1884.

O evento macabro talvez nem tivesse chegado ao conhecimento do grande público, não fosse um concurso patrocinado pelo London Sunday Times em busca de coincidências incríveis.

Nigel Parker, um menino de 12 anos, venceu a competição. O infeliz taifeiro devorado pelos companheiros de navio fora primo do bisavô de Nigel.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet


Dizem que Sweeney Todd nasceu em 1748 como Benjamin Barker, e cresceu em uma Londres empestada por doenças, poluição, pobreza e corrupção. Foi aprendiz de barbeiro, teve noções de anatomia e de como assaltar com mão leve os bolsos de clientes.

Após sair da cadeia, abriu uma loja na Rua Fleet e casou-se com uma bela jovem, que atraiu a inveja do juiz da cidade (vivido por Alan Rickman). O casal cai numa cilada da Justiça e é separado. Ele fica em uma prisão na Austrália por 15 anos. Ela se envenena. Todd então volta à Europa em busca de vingança. Nasce a lenda.

De volta à barbearia na Rua Fleet, Todd encontra a proprietária do imóvel, Srta. Lovett, que guardou suas navalhas e um amor incondicional por ele. Unidos na trama de vingança, decidem também reerguer a loja de tortas de Lovett.

O barbeiro despachava suas vítimas puxando uma alavanca na sua cadeira de barbeiro fazendo-as cair em uma passagem secreta numa queda até o porão que provocava fraturas letais no pescoço ou no crânio. Se ainda sobrevivessem a isso, Sweeney descia até lá e cortava sua garganta. Após isso, os cadáveres das vitimas serviam de recheio para as tortas de carne feitas pela sua cúmplice e/ou amante Lovett.

Como algumas partes dos corpos não eram úteis para as tortas, (como o crânio, e roupas, por exemplo) elas ficavam lá no porão mesmo, apodrecendo. O cheiro da decomposição destes corpos foi ficando forte e mais forte, até chamar a atenção das autoridades, que ao entrarem lá descobriram partes de corpos e roupas de aproximadamente 160 pessoas.

Sweeney foi enforcado enquanto Lovett se envenenou. O corpo de Sweeney foi encaminhado para a escola de medicina, onde foi esquartejado e estudado, numa forma semelhante à de suas vítimas. Devido a bizarrice do caso, todas as pistas de Sweeney foram encobertas, e a história virou uma lenda.

Alguns peritos e historiadores alegam que esta história é real, e que Sweeney viveu em meados de 1800 como um barbeiro louco e assassino, que degolava pessoas com sua lâmina sem precisar de muitos motivos, com uma história nem um pouco romântica ou melodramática. Um homem anormal, amargo e avarento a ponto de matar por dinheiro.

A primeira vez que a história surgiu foi em 1846, no romance "The string of pearls". Um ano depois ganhou adaptação para os palcos e o subtítulo "O barbeiro demoníaco da Rua Fleet". Logo, Todd rivalizava com outro assassino cruel do século XIX: Jack, o estripador.

Assim, a lenda de Todd virou inspiração para vários espetáculos teatrais, como para filmes, inclusive para televisão. Em 1973, um dramaturgo britânico apresentou a trama de vingança de Todd e do juiz de Londres no palco. É esta versão que inspirou o aclamado compositor Stephen Sondheim a montar o espetáculo definitivo, cujas canções encantaram Tim Burton.


Fontes: O Globo Online 07/02/2008; Mansão do Medo.

Os Sonhos e as Premonições de Chris Sizemore

Joanne Woodward em The Three Faces of Eve (1957), a versão do cinema da vida real de Chris Sizemore.


As pessoas que sofrem de personalidades múltiplas já têm problemas suficientes. No entanto, como Chris Sizemore, protagonista na vida real de "As Três Faces de Eva", muitas dessas pessoas relatam serem atormentadas por imagens psíquicas e sonhos.

Sizemore diz que viveu sua experiência mediúnica mais marcante ainda criança, quando sua irmã teve pneumonia. Pelo menos todo mundo pensava que fosse pneumonia, exceto Chris, que contou um sonho perturbador. Ela se viu descendo uma colina muito arborizada, em direção à planície. Quando se virou para subir o morro outra vez, Jesus apareceu diante dela e disse:

- Minha filha, sua irmã está com difteria, não pneumonia. Conte a sua mãe.

Quando Chris contou o sonho aos pais, eles receberam a informação com ceticismo. Mas chamaram o médico da família, que reexaminou a menina e diagnosticou o caso como difteria. O sonho de Chris provavelmente salvou a vida da irmã.

Nessa época, Chris já sofria por causa das múltiplas personalidades. Ela jamais foi curada por seus psiquiatras, a despeito do soerguimento moral que culminou com um livro e um filme sobre sua vida. Passou vários anos perturbada, vivendo períodos em que mudava de personalidade constantemente, em Roanoke, Virginia, onde suas experiências mediúnicas ocorreram repetidas vezes.

Esses episódios normalmente assumiam a forma de premonições e, invariavelmente, focalizavam sua família. Certa ocasião, ela teve uma visão em que o marido foi eletrocutado. Pediu-lhe para que não fosse ao trabalho naquele dia. O substituto, enviado para reparar alguns cabos de força, morreu eletrocutado durante o serviço.

Posteriormente, sentiu medo quando a filha teve de tomar a vacina antipólio do dr. Salk. O marido recusou-se a levar a premonição a sério, e a pequena recebeu uma dose de vacina estragada. Resultado: a menina ficou seriamente doente.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

As Levitações de Peter Sugleris


Peter Sugleris, de 22 anos, tem muita coisa em comum com Uri Geller, inclusive a habilidade de dobrar objetos de metal como chaves e moedas, afetar instrumentos eletromagnéticos a distância, parar e movimentar ponteiros de relógios. Sugleris também afirma que pode levitar como o venerável São José de Copertino e o médium D. D. Home, do século 19.

Quando ainda era um menino, a mãe de Sugleris, nascida na Grécia, achava que essa habilidade de levitar fora herdada e referia-se a ele como "Hércules", aludindo ao herói mitológico grego, famoso pela força e coragem. O tio de sua mãe, conforme diziam, levitara em pelo menos duas ocasiões, quando tinha 16 e 18 anos de idade.

Sugleris afirma que costuma levitar mais frequentemente na presença de membros da família, durante o curso normal de sua vida. Mas, acrescenta, pode levitar à vontade, embora não como decorrência das ordens de alguém.

- O feito envolve imensa concentração - afirma.

Por isso, ele se prepara, com frequência, com vários meses de antecedência, entregando-se a uma dieta vegetariana.

Em ocasião mais recente, filmada em vídeo pela esposa, Esther, em fevereiro de 1986, Sugleris elevou-se do piso da cozinha a uma altura de aproximadamente 50 centímetros, e permaneceu suspenso no ar durante 47 segundos. Enquanto levitava, seu rosto assumiu um ricto que chegou a assustar sua mulher.

- Pensei que ele fosse explodir - declarou ela -, de tão inchado que ficou.

Posteriormente, Sugleris descreveu a experiência, afirmando que suou em profusão e sentiu tontura e sonolência.

- Levei de dez a quinze segundos para recobrar a consciência - revelou ele. - Senti-me confuso e estonteado, e tive a impressão de que eu ia apagar. Foi uma coisa feita com raiva. Eu queria provar que era capaz.

O ricto assustador durante a levitação é, pelo menos em parte, reminiscência de São José de Copertino, o levitador mais famoso de todos, que, segundo declarações de testemunhas, começava e terminava êxtases com um grito agudo e penetrante.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

A Dança dos Mortos


Figura: O cemitério Christ Church em Oistins, Barbados, é conhecido por uma série de incidentes inexplicáveis ​​no início do século 19, envolvendo os caixões dentro do jazigo. Cada vez que a tumba era aberta para enterrar um membro da família, todos os caixões que lá estavam, eram encontrados em posições diferentes. Quando isso aconteceu várias vezes, inexplicavelmente, ao longo de vários anos, o jazigo foi finalmente abandonado.

Os mortos não falam, mas isso não significa que não possam se movimentar. O caso mais marcante de movimento post-mortem de que se tem notícia aconteceu num jazigo na ilha de Barbados, ex-colônia britânica, que já pertenceu à Federação das Índias Ocidentais, localizada na costa da Venezuela.

O cenário dos macabros acontecimentos foi o jazigo da família Walrond, proprietária de plantações e de grande número de escravos, que colocava seus mortos para descansar - ou para o que achava que seria um descanso - em uma tumba de pedras no Cemitério Christ Church.

Thomasina Goddard, membro da família Walrond, foi enterrada ali, pela primeira vez, em 1807, porém no espaço de um ano a propriedade do jazigo foi assumida por outra geração de proprietários de escravos, os Chase. Duas de suas filhas foram enterradas nos jazigos, nos anos de 1808 e 1812.

Thomas Chase, o pai, também faleceu em 1812. Quando a enorme laje de mármore, que cobria a tumba, foi aberta para o enterro, os coveiros encolheram-se horrorizados. Os caixões de chumbo das duas moças estavam em pé, de cabeça para baixo. Não foi encontrado nenhum vestígio de arrombamento ou profanação. No entanto, de alguma maneira, os caixões se movimentaram sozinhos. Mas como?

Um parente do sexo masculino morreu em 1816, o que fez com que o jazigo fosse aberto outra vez. E, novamente, os caixões foram encontrados em estado de total desordem. O de Thomas Chase, que exigira oito homens para transportar, estava em pé, apoiado contra a parede.

Oito semanas mais tarde, outro enterro atraiu uma multidão de curiosos. Embora o jazigo tivesse sido lacrado após a última e perturbadora descoberta, os caixões dos Chase haviam, outra vez, se movimentado. Lord Combermere, governador de Barbados, foi chamado para ir ao local.


Em 1819, ele ordenou que os caixões fossem empilhados, e que se colocassem lacres em volta da laje de mármore que servia de cobertura. Contudo, o governo não era páreo para os fantasmas. No ano seguinte, quando as pessoas ouviram ruídos que provinham da sepultura assombrada, Lord Combermere ordenou que o jazigo fosse aberto para inspeção.

E o que já era esperado aconteceu. Depois que os lacres do governador foram removidos, os inspetores entraram na escuridão úmida e descobriram que os ataúdes de chumbo haviam, uma vez mais, realizado sua dança macabra. Apenas o caixão de madeira original de Thomasina Goddard permanecia inalterado.

Finalmente, os corpos foram removidos e enterrados novamente, em um canto mais tranqüilo do cemitério. Hoje em dia, o jazigo de Christ Church permanece aberto e abandonado. Os mortos foram expulsos por forças poderosas e desconhecidas.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Sapos Fossilizados


Figura - Trabalhadores fazendo uma escavação em Hartlepool, Inglaterra, em 7 de abril de 1865, abriram um bloco de pedra calcária de magnésio e descobriram um sapo vivo. O Hartlepool Free Press relatou, "A cavidade não era maior do que o seu corpo, e apresentou a aparência da moldação por isso. Os olhos do sapo brilhavam de maneira incomum e ficou cheio de vivacidade com sua libertação".

Contam-se muitas histórias de animais vivos ou mumificados encontrados dentro de pedras. Grande parte delas refere-se a sapos e rãs. Uma dessas histórias conta que durante a construção da Hartlepool Waterworks, nas proximidades de Leeds, Inglaterra, em abril de 1865, os operários da pedreira supostamente encontraram um sapo vivo dentro de uma pedra calcária de 200 milhões de anos. O sapo, a uma profundidade de 7,50 metros, deixara a forma de um molde perfeito na pedra.

De acordo com relatos jornalísticos, o sapo estava vivo, mas era incapaz de coaxar, porque sua boca se fechara para sempre. No entanto, ruídos semelhantes a latidos eram emitidos pelas narinas. Com exceção do "comprimento extraordinário" das patas traseiras, ele parecia ser um espécime normal, embora tenha morrido poucos dias após ter sido encontrado.

Mais ou menos nessa mesma ocasião, a revista Scientific American publicou matéria contando como o mineiro Moses Gaines abriu uma grande pedra arredondada e encontrou um sapo escondido ali dentro, novamente como se a rocha tivesse acabado de se fechar ao redor dele. O animal foi descrito da seguinte maneira:

"Oito centímetros de comprimento, muito roliço e gordo. Os olhos eram bem maiores do que os das espécies de mesmo tamanho, como os que vemos todos os dias".

O sapo de Gaines também estava vivo, embora preguiçoso.

"Tentaram fazê-lo saltar, cutucando-o com um pedaço de pau", reportou a revista, "mas ele não lhes deu atenção."


Foto - Relatórios de animais sepultados encontrados dentro de pedras (supostamente, por vezes, ainda vivo) datam do século 15 e também ocorreram nos anos 1980.

Essas histórias e outras abriram uma verdadeira caixa de Pandora científica, que ainda não foi satisfatoriamente fechada. O dr. Frank Buckland tentou reproduzir o feito colocando sapos dentro de blocos de pedra calcária e arenito e enterrando-os a uma profundidade de 1 metro em seu jardim. Um ano depois, quando retirou as pedras, os sapos encerrados nos blocos de arenito estavam todos mortos. Em compensação, os sapos colocados dentro de pedras calcárias saíram-se melhor; dois estavam vivos e, na verdade, até chegaram a aumentar de peso. Mas quando Buckland repetiu a experiência, para que não restasse nenhuma dúvida, todos os sapos morreram.

Não desanimado com o resultado negativo, um francês conhecido como monsieur Séguin foi ainda mais longe. Em 1862, ele encerrou vinte sapos em gesso calcinado em Paris e deixou o bloco secar. Então, enterrou-o. Quando Séguin abriu o bloco, doze anos mais tarde, conforme a história, quatro dos sapos ainda estavam vivos.


Fontes: Phenomenon - Circa71; Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O Castelo de Pedra-Coral


O pequeno e solitário letão trabalhou arduamente, principalmente à noite, no ar úmido da Flórida, erigindo um monumento a um amor não correspondido.

De 1920 a 1940, o diminuto Edward Leedskilnin (ele tinha apenas 1,50 metro de altura e não pesava mais de 50 quilos) deu forma a imensos blocos de pedra-coral, que chegavam a pesar até 30 toneladas, usando técnicas que só ele conhecia. Os resultados, que parecem mais moldados do que esculpidos, continuam a maravilhar arquitetos e engenheiros, bem como os 100 mil turistas que para lá acorrem todos os anos.

O objeto do amor e do trabalho de Leedskilnin foi uma noiva adolescente, sempre mencionada por ele como "a Doce 16". Rejeitado um dia antes do casamento, ele abandonou a Letônia, sua pátria, e foi morar na Flórida. Usando os blocos de construção de que dispunha, Leedskilnin começou a construir o Castelo de Pedra-Coral em 4 hectares de terra, na esperança de atrair seu relutante amor para os Estados Unidos.

Ela nunca foi, mas Leedskilnin continuou o trabalho, tecendo uma aura impenetrável de mistério e majestade ao redor de seu projeto solitário. Ninguém jamais ficou sabendo como ele conseguia levantar os gigantescos blocos de pedra-coral do chão e carregá-los em seu caminhão, ou como os amoldava e os colocava no lugar. Equilibrava uma laje de 9 toneladas tão delicadamente que ela se abria ao simples toque de um dedo. Quando apareciam visitantes, Leedskilnin interrompia o trabalho, recomeçando apenas depois que eles iam embora.

Quando Leedskilnin morreu, em 1951, morreram com ele os segredos, embora tenha, certa vez, declarado que utilizava as mesmas técnicas empregadas para a construção da pirâmide de Quéops. A única coisa que afirmou com certeza é que dominara as leis naturais de peso e equilíbrio.

Leedskilnin não teve a mesma sorte no amor. Depois de muitos anos, Doce 16 foi encontrada. Perguntaram-lhe se ela gostaria de visitar o Castelo de Pedra-Coral.

- Eu não estava interessada nele quando tinha 16 anos - respondeu -, e, agora que estou com 80, interesso-me menos ainda.

Aproximadamente 8 mil turistas visitam o Castelo de Pedra-Coral todos os meses, e ficam extasiados diante de maravilhas como um modelo de 18 toneladas de Saturno, inclusive com os anéis, colocado no alto de paredes de quase 1 metro de espessura. Marte, também representado por um globo de pedra-coral de 18 toneladas, está congelado em órbita ali perto.

Esse monumento, construído em nome do amor, traz-nos à memória o Taj Mahal, em Agra, Índia, tumba considerada a mais bela construção de todo o mundo. Foi construída em mármore, arenito e pedras semipreciosas pelo imperador mongol Shah Jahan, para sua esposa favorita Mumtaz-i-Mahal.

No entanto, o Taj Mahal absorveu, em sua construção, centenas de operários talentosos, que contaram com a ajuda de guindastes e mastros de cargas especiais, usados para a edificação de maravilhosos palácios mongóis e foi financiado por fundos ilimitados. Cooperaram ainda um exército de fornecedores e muitas juntas de bois para o transporte. Em contrapartida, o Castelo de Pedra-Coral foi construído à noite e por um único homem.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Sete Mitos sobre Gatos


Como um autêntico gato vira-lata, que nos chamam de "peleques" (meu nome: gato peleque), na região do litoral de Santa Catarina, reproduzo descaradamente os sete mitos sobre nós, os bichanos, de uma certa revista.

Tenho uma pelugem totalmente negra e meus antepassados foram perseguidos e mortos, juntamente com seus donos (donas) numa empreitada diabólica, de superstições. Ignorantes! Aquele papa Gregório, perseguidor de bichanos? Ah, coitado! Ele já "elvis" ardendo no inferno faz 800 anos. Mas vamos aos fatos ...

1. Gatos odeiam água

Depende do gato. Algumas raças, como o maine coon e o turkish van, adoram. Tanto que na falta de um rio ou lago, se enfiam debaixo de torneiras, dentro de banheiras e até em vasos sanitários. Para outras raças, é tudo questão de costume. "É bom lembrar que são animais muito higiênicos e mesmo os que não gostam de água estão sempre se lambendo para ficar limpos", afirma a veterinária Tânia Fernandes, professora da Universidade Metodista de São Paulo.

2. Eles enxergam no escuro

Quase. Eles têm uma visão noturna 10 vezes melhor do que a dos humanos. Mas ainda é preciso haver alguma luz para que uma camada extra de células que existe nos olhos dos gatos possa refleti-la de volta à retina, aumentando a visão.

3. Gato preto dá azar

Essa é uma lenda contraditória. Em boa parte do Ocidente, a partir da Idade Média, surgiu a crença de que cruzar com um na rua era azar na certa. No Japão e no Reino Unido, é considerado um bom sinal. Pelo menos para os gatos, pode ser mesmo muita sorte: uma pesquisa do Instituto Nacional de Saúde dos EUA sugere que o gene que dá a coloração preta ao animal também seria responsável por torná-lo imune ao vírus do HIV felino.

4. Eles não podem ser adestrados

Apesar da fama de insubordinados, podem sim. "Com um pouco de paciência e as técnicas certas, gatos podem aprender os mesmos truques que os cachorros", afirma o adestrador Gustavo Campelo, de São Paulo. Na Rússia, há 30 anos, o Teatro dos Gatos de Moscou conta com mais de 120 gatos que fazem acrobacias, andam em corda bamba e equilibram bolas no nariz.

5. Apegam-se à casa e não aos donos

Gatos têm um forte senso territorial, mas também sabem muito bem quem cuida deles. Em 1952, uma gata persa andou mais de 2.400 quilômetros pelos Estados Unidos até encontrar seus donos, que se mudaram da Califórnia para Oklahoma.

6. Gatos tem 7 vidas

Bem que eles gostariam. Em alguns países no Hemisfério Norte, a lenda diz que eles tem até 9. Mas a verdade é que tem uma só, que dura em média 15 anos para gatos domésticos e apenas 2 para os de rua.

7. Sempre caem em pé

Esse é um dos mitos que deram origem à história acima. Mas a queda precisa ser de uma distância mínima de 60 centímetros do chão para que eles consigam se virar a tempo. E se for de uma altura muito grande, mesmo caindo sobre as 4 patas, podem se machucar.

8. Bichanos ou outros animais decapitados (aqui não é mito, é realidade atual)

O diabo é sempre presente em mentes desocupadas. Sempre existem imbecis, idiotas, que não tem o que fazer, fazendo questão de aparecer nas redes sociais se mostrando com facas e mostrando cabeças de animais ... Nunca se darão bem nesta vida terrena.

Um beijo à todos! Miaaauuu!


Superinteressante

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Os Caronistas Fantasmas


Em uma noite de inverno em 1965, Mae Doria, de Tulsa, Oklahoma, estava se dirigindo sozinha pela estrada de 70 quilômetros, em direção à casa de sua irmã, em Pryor.

- Enquanto eu seguia pela rodovia 20 - recordou Doria -, a poucos quilômetros a leste da cidade de Claremore, passei por uma escola e vi um menino pedindo carona na beira da estrada. Parecia ter 11 ou 12 anos.

Preocupada com alguém tão jovem sozinho naquela noite fria, Doria parou no acostamento e ofereceu-se para levá-lo a algum lugar.

- Ele entrou no carro, sentou-se a meu lado no banco da frente, e começamos a bater papo sobre aquelas coisas que duas pessoas que não se conhecem normalmente conversam.

Doria perguntou-lhe o que ele fazia por ali, e o garoto respondeu:

- Estava jogando basquete na escola.

O caronista tinha em torno de 1,50 metro de altura, e era bem musculoso.

- A aparência dele era a de um menino que praticava esportes e exercitava os músculos. O garoto era caucasiano, com cabelos castanho-claros e olhos azuis. Sem se dar conta, Mae Doria transportava um caronista fantasma.

O menino, finalmente, apontou para um aqueduto nos arredores de Pryor e pediu:

- Vou descer ali.

Como não estivesse vendo casas nem luzes, Doria perguntou onde ele morava, ao que ele respondeu:

- Logo ali.

Ela tentava determinar onde esse "ali" podia ser, quando o passageiro desapareceu como por encanto. Doria parou o carro imediatamente e pulou para fora.

- Fiquei correndo ao redor do automóvel, quase histérica. Procurei por todos os lugares, de um lado a outro na estrada, para a direita e para a esquerda, e nem sombra do menino. Ele simplesmente evaporara.

Mais tarde, Doria lembrou-se de que o caronista não usava agasalho, a despeito do vento frio do inverno. Uma conversa casual com um empregado de uma empresa pública, dois anos depois do fato, revelou que alguém dera carona àquele garoto fantasma, pela primeira vez, naquele mesmo lugar, em 1936.

Encontro ainda mais estranho envolveu uma morte acidental, pela qual um caronista fantasma foi, pelo menos em parte, responsável. Em fevereiro de 1951, Charles Bordeaux, de Miami, trabalhava no Serviço de Investigações Especiais da Força Aérea, na Inglaterra. Um aviador americano fora alvejado e assassinado em circunstâncias misteriosas, e Bordeaux recebeu a incumbência de investigar o caso.

Ficou sabendo que o guarda de segurança avistara um homem correndo entre dois bombardeiros B-36. Ele gritou "Alto!" três vezes, e, como o homem se recusasse a parar, disparou.

- Eu podia jurar que o acertara, mas, quando cheguei naquela área do aeroporto, não havia ninguém. Ele simplesmente desaparecera.

Na realidade, a bala perdida do guarda atingiu e matou um outro piloto.

Prosseguindo com as investigações, Bordeaux falou com outro oficial, que também estivera no campo de pouso na noite do acidente. Ele comentou que, antes do tiro fatal, estava se dirigindo ao aeroporto, quando viu um homem com uniforme da Força Aérea pedindo carona.

- Depois que o desconhecido entrou - declarou o oficial -, ele me pediu um cigarro. Em seguida, pediu fogo.

O oficial viu o brilho da chama com o canto dos olhos, porém, quando virou a cabeça, o passageiro havia desaparecido em pleno ar, deixando o isqueiro sobre o banco vazio.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Chuva de Fogo

Incêndio de 8/10/1871 em Peshtigo, Wisconsin, EUA ("The Great Peshtigo Fire of 1871").


Diz a lenda que o grande incêndio de Chicago, em 1871, começou quando a vaca da sra. O`Leary derrubou uma lanterna, ateando fogo na palha. As chamas então consumiram seu celeiro, passando de uma estrutura de madeira para outra, até quase atingir a cidade inteira. Antes de se conseguir debelar as chamas, mais de 17 mil edificações foram destruídas, 100 mil pessoas ficaram desabrigadas e pelo menos duzentas e cinquenta morreram.

Pouca gente sabe que todo o Meio-Oeste dos EUA foi vítima de calamitosos incêndios na noite de 8 de outubro de 1871, desde Indiana até dois Estados de Dakota, e de Iowa até Minnesota. Em resumo, eles representam a conflagração mais misteriosa e mais implacável na memória do povo americano.

Ofuscada pela tragédia de Chicago, Peshtigo, pequena comunidade de 2 mil almas nas proximidades de Green Bay, Wisconsin, sofreu desastre muito pior, em termos de vidas perdidas. Metade da cidade - mil habitantes - faleceu naquela noite terrível. As pessoas morreram sufocadas ou consumidas pelas chamas, cuja origem permanece desconhecida. Nenhuma estrutura foi deixada em pé.

De onde vieram as chamas, e por que tão repentinamente, sem nenhum aviso prévio?

“Em um instante terrível, grande chama surgiu no céu, a oeste da cidade", escreveu um sobrevivente de Peshtigo. "Inumeráveis línguas de fogo desceram sobre a cidade, perfurando quaisquer objetos que encontravam no caminho, como se fossem raios vermelhos. Um ruído ensurdecedor, misturado com estrondos de descargas elétricas, enchia o ar e paralisava todas as pessoas. Aquele desastre não teve um início em particular. “As chamas queimaram em instantes toda a cidade."

Outros sobreviventes referiram-se ao fenômeno como um furacão de fogo, declarando que edificações em chamas eram elevadas no ar, antes de explodirem em cinzas incandescentes.

O que as testemunhas oculares descreveram está mais próximo de um holocausto dos céus do que de um incêndio acidental, provocado por certa vaca agitada. Na verdade, de acordo com a teoria levantada por Ignatius Donnelly, congressista de Minnesota, os incêndios devastadores de 1871 realmente vieram do céu, na forma de uma cauda de um cometa caprichoso.

Durante sua passagem em 1846, o cometa Biela dividiu-se, inexplicavelmente, em dois. Ele deveria retornar em 1866, mas não apareceu. A cabeça fragmentada do Biela foi vista, finalmente, em 1872, na forma de uma queda de grande quantidade de meteoros.

Donnelly sugeriu que a cauda separada apareceu um ano antes, em 1871, e foi o motivo principal da difusa chuva de fogo que varreu o Meio-Oeste, danificando ou destruindo um total de 24 cidades, e deixando mais de 2 mil mortos em seu rastro. As condições da seca naquele outono, sem dúvida, contribuíram para a extensão da conflagração.

Os pesquisadores concentram-se no incêndio de Chicago, e não dão a devida importância ao Horror de Peshtigo, como a calamidade foi chamada na época. Eles ignoram por completo o cometa Biela e sua causa, que até hoje não encontrou explicação.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

A Volta do Crânio de Cristal


Já tínhamos publicado aqui no blog a interessante história do não menos interessante Crânio de Cristal. Mas esse artigo de Charles Berlittz acrescenta mais alguns detalhes, senão relevantes, bem curiosos.

Hoje em dia, o quartzo, ou cristal de rocha, desfruta imensa popularidade, principalmente devido a suas supostas propriedades espirituais. Mas o mesmo material já fascinava nossos ancestrais. Os gregos o chamavam de crystallos, ou "gelo claro". No Egito, no ano 4000 a.C, as testas dos mortos eram adornadas com um "terceiro olho" de cristal, que, conforme a crença, permitia que a alma descobrisse o caminho para a eternidade.

Tradicionalmente, o material preferido para as bolas de cristal usadas por videntes e médiuns sempre foi o cristal de rocha do mais alto grau.

O objeto de cristal mais intrigante de que se tem notícia, porém, é o chamado Crânio de Cristal de Mitchell-Hodges, cuja origem tanto pode ser asteca ou maia, e até mesmo o continente mítico de Atlântida. A descoberta do Crânio de Cristal é envolta em muita controvérsia. Se consta que, ele foi encontrado por Anna, uma jovem de 18 anos, filha adotiva do aventureiro F. A. Mitchell-Hodges, em 1927, quando escavava as ruínas de Lubaantun, a "Cidade das Pedras Caídas", nas selvas de Belize, na ocasião ainda chamada de Honduras Britânica.

Após três anos de escavações no antigo local maia, Anna descobriu um crânio de cristal, de tamanho natural, nos escombros de um altar desmoronado, junto à parede. Uma mandíbula, que se encaixava perfeitamente naquele crânio, foi encontrada a pouco mais de 7 metros de distância, três meses mais tarde.

A equipe de Mitchell-Hodges escavou exaustivamente toda a área. Na realidade, aquelas pessoas contribuíram grandemente para nossa coleção atual de artefatos e para a ampliação de nosso conhecimento a respeito da civilização pré-colombiana no Novo Mundo.

Contudo, Mitchell-Hodges também era um homem conhecido por acreditar piamente na lenda de Atlântida. De fato, foi a fé de poder confirmar a existência de uma ligação entre a Atlântida e os maias que o levou a se embrenhar nas florestas da América Central.

Infelizmente, os cristais não podem ser datados por meios convencionais. No entanto, os laboratórios da Hewlett-Packard, que estudaram o estranho crânio, calcularam que sua confecção teria exigido o trabalho de, no mínimo, trezentos anos, por uma série de artesãos extremamente habilidosos. Na escala de dureza, os cristais de rocha estão apenas ligeiramente abaixo dos diamantes.

Por que aquela rocha seria tão valiosa para quem quer que a tenha encontrado, a ponto de pessoas passarem três séculos polindo pacientemente um pedaço de pedra não nativa?

O mistério do crânio de cristal ficou ainda mais intrigante quando as duas peças foram encaixadas, e as pessoas tomaram conhecimento de que o crânio de cristal balançava na base da mandíbula, dando a impressão de ser um crânio humano abrindo e fechando a boca. Ele poderia ter sido manipulado por sacerdotes nos templos como um oráculo divinatório.

Outras propriedades ligadas ao crânio de cristal são ainda mais peculiares. Dizem que o lóbulo frontal, por exemplo, às vezes fica nublado, assumindo coloração branco-leitosa. Em outras ocasiões, ele emite uma aura quase fantasmagórica, "forte e com pequena nuance da cor do feno, similar ao anel que circunda a Lua".

Quer seja o produto de uma imaginação muito fértil, ou estimulado pelo próprio crânio, aqueles que ficam perto dele por longos períodos afirmam passar por experiências enervantes, que afetam os cincos sentidos, inclusive sons etéreos, aromas, e até mesmo fantasmas. O impacto visual do crânio é hipnótico, para os céticos, inclusive.

Sejam quais forem seus poderes, porém, uma maldição fatal sobre seu proprietário não parece fazer parte do conjunto. Mitchel-Hodges mal deixou que o crânio saísse de sua vista por mais de trinta anos, durante os quais sobreviveu a três facadas e oito ferimentos provocados por balas.

Quando morreu, no dia 12 de junho de 1949, com a idade de 77 anos, ele legou em testamento o crânio de cristal a sua filha adotiva, que o encontrou enterrado sob um antigo altar, na selva hondurenha. O crânio, com valor estimado em 260 mil dólares, continuou sendo propriedade particular.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

As Luzes do Palatine


Existem mais coisas navegando pelos mares do que Horácio jamais poderia ter imaginado. Vejamos, por exemplo, a história do predestinado brigue Palatine, imortalizado no poema homônimo de John Greenleaf Whittier. Em 1752, segundo a história, o Palatine zarpou da HoImida com um grupo de imigrantes, em direção a Philadelphia.

De acordo com o poema de Whittier, a tripulação se amotinou nas proximidades da ilha Block, na Nova Inglaterra, depois que o navio encalhou na costa. Ali eles o queimaram, indiferentes aos gritos de uma pobre passageira, que ficara para trás.

Conforme a lenda, o brigue fatídico reaparece, periodicamente, como uma bola de fogo incandescente no mar. Whittier o descreve com as seguintes palavras:

Vejam ...!
Outra vez, com uma luz trêmula e brilhante,
Sobre as rochas e no mar revolto,
Os destroços incandescentes do Palatine.


Infelizmente, nenhum registro apresenta o Palatine zarpando da Holanda, nem de qualquer outro porto de escala. Mas nesse exemplo, pelo menos, os fatos são tão constrangedores quanto a lenda poética. Os registros mostram que o navio denominado Princess Augusta levantou ferros em Rotterdam em 1738, com destino a Philadelphia, com um contingente de 350 passageiros alemães dos distritos do Palatinado do Norte e do Sul. Desde o início, a viagem estava predestinada a trágico desfecho.

O suprimento de água contaminada logo matou metade dos tripulantes e um terço dos passageiros em seus camarotes, inclusive o capitão George Long, que morreu após ingerir um único gole fatal. Além disso, o Princess Augusta enfrentou condições climáticas adversas e mares bravios, que o tiraram do rumo. Os tripulantes aumentaram ainda mais o caos da embarcação, quando passaram a extorquir dinheiro e bens materiais dos sobreviventes.

Quase que misericordiosamente o navio encalhou, no dia 27 de dezembro, no litoral norte da ilha Block. Os ilhéus salvaram muitos passageiros, porém não puderam resgatar-lhes as bagagens devido às atividades dos tripulantes. Eles conseguiram desencalhar o Princess Augusta, mas deixaram que fosse de encontro às pedras e naufragasse. Mary Van der Line, que desmaiara na confusão, afundou com o navio, guardando até o fim seus baús de prataria. Dos 364 passageiros e tripulantes que embarcaram em Rotterdam, somente 227 sobreviveram.

Mas, e o fogo, "a luz trêmula e brilhante", sobre o qual Whittier escreveu?

Pouco depois do naufrágio do Princess Augusta, outro capitão, que passava pela ilha, informou ter visto um navio em chamas em alto-mar. Ele anotou em seu diário de bordo: "Fiquei tão angustiado com aquela visão que seguimos o navio em chamas até sua sepultura marítima, mas não conseguimos encontrar nem sobreviventes nem fragmentos de naufrágio".

No entanto, o que os observadores viram desde então passou a ser conhecido como a "Luz do Palatine", um brilho fantasmagórico que, às vezes, surge nas águas, nas proximidades da ilha Block. O médico local, dr. Aaron C. Willey, escrevendo em 1811, anotou:

"Umas vezes, ela é pequena, parecendo uma luz vista através de janela distante. Outras vezes, ela alcança a altura de um navio com todas as velas enfunadas. A luminescência, na verdade, emite raios luminosos".

A causa desse "brilho errante", acrescentou Willey, "é um curioso assunto aberto à especulação filosófica". É assunto aberto, também, para aqueles que acreditam que a vida imita a arte, em todas as suas ramificações.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Continentes Perdidos


A Atlântida não é o único continente mítico supostamente destruído e tragado pelo mar. Pessoas letradas e fabulistas falam de dois outros continentes perdidos - as lendárias terras de Lemúria e Mu.

O nome Lemúria vem de lêmures, primatas primitivos da família dos lemurídeos, e foi cunhado no século 19 pelo zoólogo inglês P. L. Sclater, devido à similar idade de fósseis desses primatas encontrados na região sul da Índia e na província de Natal, na África do Sul. Sclater postulou a existência de Lemúria, continente submerso que haveria no oceano Índico, ligando as regiões meridionais da África e também da Ásia.

A idéia de uma ponte tropical ligando as massas de terra existentes ganhou a fantasia e o apoio de nada menos que Thomas Huxley, cientista inglês e indiscutível autoridade na teoria da evolução. Na Alemanha, o biólogo Ernst Haeckel chegou a especular sobre a possibilidade de a antiga Lemúria ter sido o Jardim do Éden, o paraíso perdido, que serviu de berço para a raça humana.

O continente perdido de Mu também tem sido muito pesquisado por estudiosos do inexplicável. Ele surgiu, pela primeira vez, em uma série de livros de autoria de James Churchward, coronel inglês da reserva, que servira com os Lanceiros de Bengala, na Índia. Ao ser designado para um trabalho de assistência à população carente e faminta, ele conheceu um rishi, sábio hindu que tinha em seu poder grande quantidade de placas de pedra escritas em naacal, a língua nativa de Mu.

De acordo com a teoria de Churchward, baseada nas pedras escritas em naacal e nas tradições orais das ilhas do Pacífico e de regiões das Américas do Sul e Central, os primeiros seres humanos foram originados em Mu, há uns 200 milhões de anos. A ciência deles, inclusive a capacidade de manipular a gravidade, era muitas vezes mais adiantada do que a nossa. Não obstante, há aproximadamente 12 mil anos, a tragédia se abateu sobre os mus, na forma de uma gigantesca explosão de gás.

Arruinado, o continente de Mu submergiu no oceano Pacífico. Tudo o que restou da massa de terra de 8 mil quilômetros de comprimento por 5 mil quilômetros de largura foram algumas poucas ilhas dispersas acima das ondas. As gigantescas e inexplicáveis obras existentes em várias ilhas do Pacífico, bem como as grandes cabeças de estátuas na ilha de Páscoa, não poderiam ter sido construídas pela limitada mão-de-obra disponível nas ilhas, justamente por causa de suas dimensões atuais.

Além disso, convém notar que os havaianos nativos ainda dão a esse continente perdido o nome de Mu. Dos habitantes do antigo Mu, calcula-se que quase 64 milhões de pessoas tenham perecido na explosão cósmica. Os sobreviventes colonizaram os outros continentes.

Churchward morreu em 1936, com a idade de 86 anos, depois de ter escrito cinco livros sobre o continente de Mu. Mais referências por escrito a Mu devem ainda existir em alguns dos mosteiros localizados nas altas montanhas da Ásia central.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Modernas Profecias


A profecia é uma tradição muito apreciada. Assim, não há motivo para sermos levados a acreditar que não existam profetas aptos praticando sua presciência entre nós nos dias de hoje. Na realidade, talvez haja um número maior de profetas hoje do que na Idade Média, se considerarmos o aumento considerável da população mundial.

O romancista e pensador social inglês H. G. Wells (foto acima) errou na previsão do início da Segunda Guerra Mundial em um ano, e também no concernente à localização, uma estação ferroviária de Dantzig, embora tivesse acertado o país - Polônia (Os alemães, na verdade, usaram um transmissor de rádio como desculpa pelo ataque).

Homer Lee, comentarista militar, previu de modo preciso que os japoneses usariam a movimentação de tropas baseadas no golfo de Lingayen para invadir as Filipinas e impedir a passagem dos americanos em Corregidor, isso 32 anos antes de o fato realmente acontecer.

O problema, naturalmente, é que as profecias podem ser corretas, porém não terão nenhum efeito sobre eventos subsequentes se as pessoas não tomarem as necessárias providências. Temos, por exemplo, a previsão feita pelo médium profissional Cheiro, que aconselhou Lord Kitchener a não viajar por via marítima no ano de 1916. Kitchener ignorou a advertência e embarcou rumo à Rússia no Hampshire, no ano previsto. O navio foi de encontro a uma mina e afundou, levando o descrente lorde para as profundezas.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Profecias de Nostradamus


Dos profetas antigos e atuais, poucos conquistaram a imaginação do público como Michel de Nostre-Dame, ou Nostradamus, médico e astrólogo judeu nascido em Saint-Remy, França, em 1503.

Em 1555, ele publicou Centúrias Astrológicas, série de profecias escritas em três agrupamentos de uma centena de estrofes cada um e, quase que imediatamente, transformou-se no que, hoje em dia, chamaríamos de um best-seller.

A profecia responsável por sua reputação era colocada nos seguintes termos: "O jovem leão dominará o velho no campo de batalha, em um combate único; em uma jaula de ouro ele perfurará seus olhos, dois ferimentos em um, então morrerá em morte lenta e cruel".

Pouco depois da publicação das Centúrias Astrológicas, Henrique II, da Inglaterra, durante festividades de casamento, bateu-se em uma justa com o jovem Montgomery, cuja lança quebrou e perfurou o elmo de ouro de Henrique, atingindo-o no olho. Dez dias depois, o rei, que usava um leão como emblema, teve morte dolorosa.

A reputação de Nostradamus estava assegurada. Alguém poderá argumentar que a interpretação foi feita para se adaptar à previsão, especialmente porque se referia a eventos acontecidos em sua própria época. No entanto, as previsões de Nostradamus anteciparam pessoas, lugares e fatos que somente ocorreriam alguns séculos mais tarde, inclusive a Revolução Francesa, a trajetória infeliz de Luís XVI e de Maria Antonieta, que terminaram na guilhotina, a ascensão de Napoleão, a Segunda Guerra Mundial (ele chegou mesmo a fazer trocadilhos com os nomes de Hitler e Roosevelt), ataques aéreos sobre a Inglaterra, e até o uso de armas atômicas.

Que mistério existe hoje em dia nestes dois versos, por exemplo: "Um príncipe líbio ficará poderoso no Ocidente. A França ficará preocupada com os Árabes".

Não é preciso muita imaginação para descobrir o nome do príncipe líbio. Basta ler um exemplar de qualquer jornal recente.

A subida ao poder do aiatolá Khomeini e a queda do xá do Irã são misteriosamente previstas nesta estrofe: "Chuva, fome e guerra incessante na Pérsia. A fé excessiva trairá o rei. Terminará ali - começará na França".

Ainda nos lembramos que foi durante o exílio na França que o aiatolá estabeleceu as bases para a revolução contra o xá Reza Pahlevi, e para o próprio retorno ao Irã.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

OVNIs Nazistas


Alguns teóricos vêm, há muito tempo, tentando encontrar explicações plausíveis para os indefiníveis OVNIs. As similaridades entre o advento do moderno disco voador, no verão de 1947, e os avanços subsequentes na tecnologia aeroespacial, tanto dos soviéticos quanto do bloco ocidental, dizem eles, são muito surpreendentes para pensarmos em simples coincidência.

Na verdade, fontes dispersas indicam que a Luftwaffe (força aérea) de Hitler, que desenvolveu o primeiro caça a jato em todo o mundo, trabalhava arduamente no projeto de uma série de armas aéreas super-secretas, durante os últimos dias da Segunda Guerra Mundial.

De acordo com relatório publicado em 13 de dezembro de 1944, por Marshall Yarrow, correspondente da Reuters, "os alemães produziram uma arma secreta, que poderá vir a ser usada no fim do ano. O novo dispositivo que, aparentemente, é uma arma de defesa aérea, parece as bolas que enfeitam as árvores de Natal. Elas já foram vistas pairando no ar sobre a Alemanha, algumas vezes sozinhas, outras em grupo. A cor dessas bolas é prateada e elas são, aparentemente, transparentes".

Seriam as bolas voadoras as Foo Fighters, tão famosas durante a Segunda Guerra Mundial, ou será que os engenheiros nazistas desenvolveram algo ainda mais sofisticado?

O pesquisador italiano Renato Velasco afirma que os alemães produziram uma máquina voadora em forma de disco, de perfil baixo, à qual eles deram o nome de Feuerball (Bola de Fogo), usada tanto como dispositivo anti-radar quanto arma de guerra psicológica contra as forças dos Aliados.

Uma versão melhorada, o Kugelblitz (Relâmpago de Fogo) substituiu o motor de turbina a gás da Feuerball por outro que empregava a propulsão a jato. De acordo com Velasco, o Kugelblitz foi o primeiro avião capaz de pousar e decolar verticalmente. Seu projetista foi Rudolph Scriever, e, ao que consta, o aparelho era produzido na fábrica da BMW, perto de Praga, em 1944.

A aeronave voou pela primeira vez em fevereiro de 1945, sobre o amplo complexo subterrâneo de pesquisas de Kahla, Turíngia, Alemanha. Foi também nessa área das montanhas Harz que, de acordo com informações confidenciais, Hitler pretendia construir seu último bastião, fortificado pelas novas "armas secretas" que Goering, comandante da Luftwaffe, vinha prometendo tanto.

O tempo foi implacável para o arsenal secreto dos nazistas. Mas se a União Soviética, bem como qualquer outra potência, conseguiu assimilar a tecnologia dos discos voadores, isso pode ter levado à experimentação e ao desenvolvimento de algo que deu origem aos frequentes relatos dos primeiros OVNIs, iniciados em 1947.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Um Pároco Cátaro


Ele deveria ter sido um modesto padre de uma paróquia insignificante. Em vez disso, François-Berenger Saunière procurou a companhia de uma linda estrela da ópera francesa, e acabou com quatro contas bancárias, com as quais financiou a restauração de uma obscura capela francesa em Rennes-le-Château.

A igreja foi decorada com uma estátua representando a figura do Diabo, o que levou todo mundo a se perguntar se a recente fortuna de Saunière viera de Deus ou de Satã.

A resposta pode ser encontrada entre as lendas de certa doutrina herética do século 13, conhecida como seita dos cátaros, que controlava a província francesa de Languedoc, no Mediterrâneo.

Os cátaros acreditavam no Demiurgo, nome dado pelos platônicos ao Deus que teria criado o mundo, utilizando para tanto a matéria já preexistente. O Demiurgo, deus inferior ou mesmo maligno, que devia ser derrotado para que se conseguisse a salvação, concedia favores a seus servos, assim como o Deus cristão.

No dia 2 de março de 1244, o último baluarte cátaro em Montségur foi derrubado por forças ortodoxas. No entanto, correram boatos segundo os quais o tesouro dos cátaros fora escondido antes da queda final. Seria aquele o mesmo tesouro que Saunière descobrira, logo após assumir a direção da pequena cidade de Sainte-Madelaine, em Rennes-le-Château, em 1885?

Pouco depois de sua chegada à cidade, Saunière visitou Paris, e a vida nunca foi mais a mesma para o pobre pároco do interior. Seus paroquianos ficaram atônitos, quando o humilde Saunière recebeu a visita de Emma Calve, a mundialmente famosa soprano, em Rennes-le-Château. Na verdade, ela continuou a se encontrar com o padre, até seu casamento com o tenor Gasbarri, em 1914.

Além de gastos desconhecidos, Saunière investiu mais de 1 milhão de francos na restauração da obscura igreja de Sainte-Madelaine, inclusive dos diabos de pedra.

Sobre o pórtico frontal ele mandou gravar as seguintes palavras: "Este é um lugar terrível".


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

A Maldição de James Dean

James Dean seguia ao volante de seu Porsche 550 Spyder para uma corrida em Salinas, na Califórnia, quando um veículo atravessou a pista na sua frente ao fazer uma conversão permitida.

Às vezes, é a própria coisa - uma jóia fabulosa ou um navio malfadado - que parece abrigar e perpetuar uma maldição. Outras vezes, uma figura pública pode vir a ser, inexplicavelmente, ligada a um objeto em particular, provocando a mão do destino.

Esse poderia ser o caso do Porsche em que James Dean, a lenda dos adolescentes rebeldes dos anos 1950, colidiu e morreu em 1955, terminando de forma trágica o que muitos consideravam como uma das carreiras mais brilhantes e promissoras de Hollywood de todos os tempos.

Independentemente de qual tenha sido seu pedigree anterior, o fato é que, a partir do momento em que James Dean morreu ao volante, aquele Porsche passou a sofrer sua própria fase de má sorte.

Depois da morte do ídolo, George Barris, entusiasta por carros esportes, comprou-o, mas, quando estava sendo tirado do guincho, o automóvel escorregou e quebrou a perna do mecânico. Barris vendeu o motor a um médico e piloto amador, que o instalou em seu carro. Algum tempo depois, o médico perdeu o controle da máquina durante uma competição e morreu. Outro piloto, na mesma corrida, ficou ferido numa colisão. Acontece que esse segundo carro estava equipado com o eixo cardã do Porsche de James Dean.

A carroceria e o chassi do Porsche ficaram tão irremediavelmente danificados no acidente do ídolo que acabaram expostos como parte da campanha de segurança nas estradas. Em Sacramento, o que restava do automóvel caiu da plataforma, quebrando a bacia de um adolescente que visitava a exposição. Em seguida, ao ser transportado para outra cidade em caminhão, a máquina provocou outro acidente. O motorista do carro que bateu na traseira do caminhão foi atirado para fora, atropelado e morto pelo Porsche maldito.

Certo piloto de corridas quase morreu, depois de usar dois pneus do carro fatídico de James Dean. Os pneus estouraram ao mesmo tempo. Enquanto isso, a exposição itinerante continuou a fazer das suas. No Oregon, o freio de emergência do caminhão que transportava o Porsche falhou, e o veículo foi de encontro à vitrine de uma loja comercial. Quando estava montado sobre suportes em Nova Orleans, o carro praticamente desintegrou, quebrando em onze partes.

O carro esporte de James Dean, bem como a maldição que o acompanhava, desapareceu quando o Porsche foi enviado de volta a Los Angeles, de trem.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Jack, o Stripteaser

Uma ilustração do que seria os bordéis de Londres no sec. XIX, com a figura de Jack, o Estripador.

A sequência de crimes, atenham-se, não se passa numa Londres vitoriana do final do século XIX, mas sim, nos anos 1960. Tanto que se referem a Jack, the Stripteaser, e não a Jack, the Ripper. Mas, vamos aos fatos.

Em uma madrugada que não se sabe bem se foi a de 22 ou de 23 de abril, em 1964, Helen Barthelemy, 22, estava conversando e dançando com garotos e garotas afro-caribenhos no Jazz Club de Westbourne Park Road, em Londres.

Então pediu a alguém que olhasse por sua bolsa, pois precisava dar uma saidinha.

A notícia seguinte que se teve dela é que foi encontrada nua em uma viela da avenida Swincombe, oeste de Londres, na manhã do dia 24. Morta.

Asfixiada, sua roupa estava torcida em torno do pescoço e, embora quatro de seus dentes estivessem faltando, nada sugeria que houvesse levado um soco. Marcas em volta da cintura indicavam que a calça que usava foi retirada com violência depois da morte.

Jack, the Ripper (Jack, o Estripador) e, 80 anos depois, Jack, the Stripper (Jack, o Stripteaser). O primeiro matou e esquartejou 11 prostitutas durante o reinado da rainha Vitória, no final dos anos 1800. Já o segundo matava as prostitutas com muita violência e as jogava por Londres, ou atirava no rio Tâmisa, completamente nuas. Foram seis vítimas, ou oito, o último ataque completando 50 anos. Nenhuma delas violentada sexualmente.

O detetive superintendente John du Rose foi um dos encarregados do caso. Mais tarde, ao referir-se a ele em sua autobiografia, Rose listaria como seis os "Nude Murders" (assassinatos nus, como o episódio também passou a ser tratado pela mídia). Alguns jornalistas e autores (livros foram escritos tratando do caso) consideraram oito.

O primeiro teve como vítima Elizabeth Figg, de 21 anos. Foi encontrada no distrito de Chiswick, ao lado do Tâmisa, em 17 de junho de 1959 – os crimes reconhecidos como do Stripper aconteceram entre 1964 e 1965. Figg foi estrangulada, como as outras, mas apenas os seus seios estavam nus.

A segunda vítima colocada em dúvida foi Gwynneth Rees, 22 anos, encontrada em 8 de novembro de 1963, estrangulada com uma gravata, em um depósito de lixo ao lado do Tâmisa. No corpo havia apenas as meias de náilon, puxadas até os tornozelos.

Notting Hill é um distrito do centro-oeste de Londres, atualmente um dos mais charmosos da cidade, mas já foi palco de muitos crimes, como estes de que tratamos, cometidos em suas proximidades. É claro que, sendo assim, eles passaram a ser chamados também de "The Notting Hill Murders" (os assassinatos de Notting Hill).

Entre os casos reconhecidos como do Stripper há o de Helen Barthelemy, o primeiro a apresentar uma pista importante.

Um dos detetives encarregados, Maurice Osborne, da Scotland Yard, deduziu que o Stripper a colocou em um carro, estrangulou-a, tirou as roupas dela e a escondeu por 24 horas. E aqui cometeu um erro: deixou-a, durante esse tempo, em uma oficina de pintura. Depois levou-a para aquela viela da avenida Swincombe.

Só que, agora, o corpo de Helen Barthelemy apresentava algumas marcas de pintura spray.

Hannah Tailford, 30, também prostituta, deu à luz uma garotinha e conheceu um marinheiro que montou uma casa para ela e a filha. Tudo ia bem até que Hannah resolveu morar sozinha e mudou-se para Notting Hill.

Seu corpo foi encontrado às margens do Tâmisa, perto da ponte de Hammersmith, em 2 de fevereiro de 1964.

O corpo de Irene Lockwood foi encontrado em 8 de abril de 1964, em uma margem do Tâmisa não muito distante do local em que Hannah Tailford foi deixada. Também nua, também estrangulada, ela estava na água havia pelo menos 24 horas.

Mary Flemming chegou a Londres em 1955 e, entre outros endereços, teve um em Notting Hill.

Em 10 de julho de 1964, ela estava em um clube clandestino de bebidas de onde saiu às 5h. Seu corpo foi jogado entre 5h e 5h30 do dia 14 em uma rua do distrito de Chiswick. Tinha as mesmas características dos anteriores, inclusive a mais importante: marcas de tinta spray.

Nascida em Edimburgo, capital da Escócia, Francis Brown chegou a Londres em 1961. Foi logo presa por prostituição em locais públicos. No dia 23 de outubro de 1964, ela passou a maior parte da noite em um bar, bebendo com uma amiga, a também prostituta Kim Taylor. Por volta das 23h, elas abordaram dois homens, em dois carros parados em um semáforo. Acertando seus programas, as duas combinaram de encontrar-se mais tarde em um clube de jazz.

A irlandesa Bridget O´Hara, 28, foi encontrada morta no Heron Trading Estate, atualmente um grande centro de comércio e entretenimento, a apenas alguns metros da linha do metrô, em 12 de fevereiro de 1965. Nua, morta por asfixia, ela também tinha marcas de tinta.

Foi aqui, após a morte de O´Hara, que o detetive John du Rose, da Scotland Yard, entrou em ação.

Uma de suas primeiras ordens, é lógico, foi para que seus homens encontrassem a origem daquelas marcas de tinta. E, surpresa, elas vinham dali mesmo, da Heron Trading Estate, de uma estufa próxima de onde a última vítima havia sido encontrada, e por onde pelo menos outras três das garotas haviam passado.

Sete mil pessoas foram interrogadas, Du Rose se apressou a anunciar. Duzentos detetives e cem policiais fardados se movimentavam como uma gigantesca aranha por todo o distrito de Notting Hill e por bairros adjacentes. Du Rose imaginava seu alvo como um homem nos seus 40 anos, forte e viril.

Os assassinatos, então, pararam.

O detetive não identifica Jack the Stripper em sua autobiografia, mas ele tinha um forte candidato, que citou através de um nome de código, Big John, em um programa de TV da BBC em 1970.

Disse que era um respeitável senhor casado nos seus anos 40. Na verdade, Du Rose se referia a Mungo Ireland, um daqueles 7.000 entrevistados, todos funcionários da Heron Trading Estate, onde era um dos guardas de segurança.

Ireland nem chegou a ser acusado formalmente: não havia uma única prova contra ele. Foi levado à presença de Kim Taylor, a prostituta que estava com Mary Fleming quando as duas se separaram e entraram em dois carros. Kim não o reconheceu.

Mungo Ireland suicidou-se com o monóxido de carbono de seu carro ligado em garagem trancada. Deixou um bilhete para a mulher: "Não aguento mais. Para poupar você e a polícia de procurarem por mim, estarei na garagem".

Assim como Jack the Ripper, Jack the Stripper também é um homem sem rosto.


Anélio Barreto - Folha de São Paulo (4/9/2015)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O Sabá das Bruxas - Parte 4

Satã, bruxas e adeptos pisoteam a cruz em um Sabá -  Edição de 1608 do Malleus Maleficarum

Jean Bodin

Jean Bodin [1530-1596] escreveu On Witchcraft [La Démonomanie des Sorciers] — livro de 1580. Ele [que era jurista] recomendou tortura, até mesmo em casos de inválidos e crianças, para tentar confirmar a culpa de feitiçaria. Ele afirmou que nem mesmo uma bruxa poderia ser condenada erroneamente se os procedimentos corretos fossem seguidos, e a suspeita era tida como motivo suficiente para atormentar o acusado uma vez que rumores relativos à bruxaria quase sempre eram verdades.

Cerca de 75 anos depois da publicação do Malleus, o francês Bodin ou Bodinus, em latim, publicou volumoso trabalho, um tratado que veio a ser importante texto de referência sobre bruxaria. Ali o Sabá é descrito em detalhes; possivelmente a mais minuciosa descrição da cerimônia. Segundo Bodin, as assembleias eram realizadas em lugares solitários, em vales escondidos entre as montanhas, nas florestas.

Preparando-se para ir ao Sabá, a bruxa ou bruxo deitava-se em sua cama completamente despido (a) e untava o corpo com o famoso "unguento das feiticeiras" [cuja receita Eliphas Levi, ocultista francês do século 19, fornece em seu Dogma e Ritual da Alta Magia].

A substância produzia o "encantamento" e a pessoa era transportada pelo ar chegando ao lugar do encontro em curto espaço de tempo. Também Bodin se preocupa com a questão de o transporte ser um fato real ou apenas metafórico e conclui que, de fato, transportavam-se, fisicamente, de forma mágica.

O Sabá, como de costume, é descrito como uma grande assembleia de bruxos e demônios de ambos os sexos. Era meritório para os participantes veteranos trazer consigo novos convertidos. Em sua chegada, os novatos eram apresentados ao demônio que presidia o encontro e a quem era devida adoração através do sórdido ato de beijar sua parte íntima traseira. Os adeptos prestavam contas de suas atividades desde o último encontro e recebiam suas reprovações ou congratulações de acordo com seus méritos.

O diabo, geralmente representado como um bode, distribuía, então, amuletos, poções, unguentos e outros artigos que deveriam ser empregados nos feitos do mal. Os adoradores também faziam oferendas: ovelhas, pequenos pássaros, mechas de cabelo e outros objetos.

Todos deviam proferir imprecações contra os cristãos e os símbolos do cristianismo, blasfemas contra os santos e as coisas santas. Finalmente, o diabo iniciava a orgia sexual tendo relações com alguma nova bruxa - ou bruxo em quem deixava sua marca em alguma parte do corpo, em geral, na área genital.

Os "acertos de contas" eram o que se pode chamar de "negócio do encontro" e, depois dos negócios era a hora do banquete. Ocasionalmente, vistosas iguarias poderiam degustadas, mas, em geral, segundo Bodin, ao contrário de outros autores, o repasto era frugal. O "prato principal", ao que parece era, de fato, a luxúria e as mesas serviam, eventualmente, mais para a dança e a fornicação.

Sobre as danças, a carole da Idade Média era o modelo, uma dança comum entre camponeses, executada em círculo, com homens e mulheres aproximando-se e afastando-se alternadamente, o que permitia o reconhecimento mútuo dos participantes.

Outras danças foram introduzidas, mais ousadas, mais obscenas.

As músicas também eram vulgares beirando ao ridículo, o grotesco, executadas por instrumentos toscos e macabros, como flautas feitas de ossos, liras feitas de crânio de cavalo. O grupo entrava em estado de excitação tornando-se mais licencioso até que, finalmente, os participantes abandonavam-se ao desfrute de relações sexuais indiscriminadas nas quais o demônio tomava parte.

A assembleia terminava a tempo de as bruxas retornarem às suas casas antes do amanhecer.


Fonte: The Witches' Sabbath — O Sabá das Bruxas de Thomas Right | tradução & adaptação: ligiacabus

O Sabá das Bruxas - Parte 3

De Pythonicis Mulieribus - Ulrich Molitor (1489)

Manuais Contra ou Sobre a Bruxaria

A violência daquele tipo de perseguição produziu grande comoção popular em torno da bruxaria. No fim do século XV as pessoas tinham medo das bruxas e/ou medo de serem associadas às bruxas, especialmente na Itália, França e Alemanha.

O combate à feitiçaria, entregue às zelosas mãos dos Inquisidores, foi gradualmente se tornando um trabalho especializado e livros extensos foram escritos sobre o assunto: as práticas da bruxaria e as instruções para combatê-las.

Um dos primeiros destes livros foi o Formicarium, escrito por um frade suíço, John Nider, inquisidor em seu país. O livro não fala do Sabá da Bruxas, aparentemente, pouco comum ou inexistente na Suíça. No começo de 1489, Ulrich Molitor publicou o tratado De Pythonicis Mulieribus e, no mesmo ano, apareceu o mais célebre destes livros, o Malleus Maleficarum ou O Martelo das Feiticeiras, trabalho de três inquisidores alemães coordenados por Jacob Sprenger.

O Malleus Malleficarum é bastante completo e interessante coletânea de dados sobre a bruxaria. Os autores discutem várias questões, como o misterioso transporte das feiticeiras de um lugar para outro. Discute-se se o tal voo das bruxas é real ou apenas uma lenda. O Malleus também contém referências diretas ao Sabá permitindo concluir que, de fato, as reuniões eram grandes orgias priápicas que não eram típicas das crenças genuinamente germânicas.

A febre de publicações sobre bruxaria alcançou os séculos XVI e XVII e até o rei James I [Inglaterra] aventurou-se a escrever sobre o tema.


Fonte: The Witches' Sabbath — O Sabá das Bruxas de Thomas Right | tradução & adaptação: ligiacabus

A Previsão da Morte de John Lennon

Alex Tanous

O médium Alex Tanous estava sendo entrevistado por Lee Speigel, para o programa radiofônico Unexplained Phenomena (Fenômenos Inexplicáveis), da NBC. Os dois estavam sentados no escritório da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, localizado na rua 73 Oeste, na cidade de Nova York, bem em frente ao edifício de apartamentos Dakota.

Speigel pediu uma previsão especial, que pudesse interessar os ouvintes de todo o país - a audiência era de fãs de rock na faixa de 18 a 44 anos.

- A previsão que vou fazer - disse Tanous - é que um astro muito famoso do mundo do rock terá morte prematura, e que isso poderá acontecer a qualquer momento, a partir de agora. Refiro-me à morte prematura, porque existe algo estranho com seu passamento, mas o caso irá afetar a consciência de muita gente, por causa de sua fama.

Sem mencionar o nome, Tanous acrescentou que o astro podia ter nascido em um outro país, porém estava morando nos EUA.

O programa foi transmitido em 8 de setembro de 1980. Três meses depois, John Lennon, o astro do rock nascido na Inglaterra, que morava na cidade de Nova York, foi alvejado e assassinado à entrada do Edifício Dakota, visível pelas janelas do escritório em que Tanous estivera sentado quando previu que haveria um evento trágico.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O Pássaro Gigante


Às 20h10 do dia 25 de julho de 1977, Marlon Lowe, menino de 10 anos de Lawndale, Illinois, teve uma experiência que a ciência considera impossível: ele foi levantado do chão e transportado pelo ar por um pássaro imenso.

O primeiro habitante de Lawndale a perceber alguma coisa estranha no ar foi um homem chamado Cox, que viu dois grandes pássaros semelhantes a condores vindos do Sudoeste. Naquele momento, Marlon estava correndo com alguns amigos, sem perceber que logo atrás dele dois pássaros gigantes, diferentes de qualquer espécie existente no Estado de Illinois, voavam a cerca de 2,50 metros de altura do solo. O menino ainda estava correndo, quando um deles o agarrou e transportou-o pelo ar.

Sua mãe, Ruth Lowe, viu tudo e gritou aterrorizada, correndo atrás dos pássaros. Depois de carregá-lo por uns 100 metros, a criatura soltou Marlon, que caiu, mas não se machucou. Os dois pássaros voaram em direção ao nordeste. No total, seis pessoas testemunharam o incrível evento.

A sra. Lowe declarou que os pássaros pareciam enormes condores, com bico de 15 centímetros e pescoço de 45 centímetros, e um anel branco no meio do pescoço. Com exceção do anel, os pássaros eram pretos. Cada asa tinha, pela estimativa mais conservadora, 1,20 metro de comprimento.

Mesmo com seis testemunhas, a história era tão incrível que, embora atraísse divulgação em âmbito nacional, ninguém acreditou nela, e a família Lowe viu-se sujeita a uma perseguição odiosa. O guarda-florestal local chamou a sra. Lowe de mentirosa. Pessoas desconhecidas começaram a deixar pássaros mortos junto à porta da casa deles.

Os adolescentes locais passaram a perturbar Marlon, chamando-o de "Bird Boy" (Menino Pássaro).

A tensão do ataque original e de suas consequências foi tal que os cabelos de Marlon, antes ruivos, tornaram-se grisalhos. Durante mais de um ano, depois do incidente, ele se recusou a sair de casa à noite.

Dois anos mais tarde, recordando aquele episódio, a sra. Lowe contou aos investigadores Loren e Jerry Coleman:

- Nunca esquecerei como aquela coisa enorme curvou o pescoço com o anel branco e pareceu bicar meu filho, enquanto o levava para longe de mim. Eu estava junto à porta, e tudo o que vi foram os pés de Marlon balançando no ar. Não existem pássaros por aqui que pudessem tê-lo levantado daquele jeito.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Sonhos com Mortos


Muitas culturas desprovidas de tecnologias sofisticadas acreditam que podemos entrar em contato com os mortos durante nossos sonhos. Na realidade, alguns antropólogos sugerem que a crença na existência de vida após a morte tem raízes no fato de que sonhamos, muitas vezes, com amigos e parentes já falecidos. No entanto, novas pesquisas estão a indicar que alguns desses sonhos peculiares poderiam ser literalmente verdadeiros.

Vários casos que apontam nessa direção foram coletados por Helen Solen, de Portland, Oregon, que tem se mostrado particularmente interessada nas experiências oníricas de uma dona de casa, à qual ela dá o nome de Gwen. Os sonhos post-mortem de Gwen começaram em 1959, logo após a morte de sua mãe.

- Não me recordo bem se já sonhei com qualquer outra pessoa, viva ou morta - contou ela a Solen. - No entanto, fiquei muito abalada com a morte de minha mãe, que tinha apenas 49 anos. Muitas vezes, após seu falecimento, ela me procurava em sonho, especialmente quando eu estava perplexa, ou então perturbada.

Em pouco tempo, Gwen percebeu que podia pedir a ajuda da mãe em momentos de crise, e o fantasma respondia em seus sonhos. Certa noite, por exemplo, Gwen sonhou com uma sala cheia de caixões de defunto. A sugestão do estranho sonho era que o pai dela também estava prestes a morrer. Sua mãe apareceu-lhe nos sonhos naquela madrugada para confortá-la, e para explicar que ela ajudaria pessoalmente o velho a fazer a transição.

Dois dias mais tarde, o pai de Gwen teve de ser levado às pressas ao hospital, e os médicos avisaram que teriam de realizar delicada cirurgia no coração. Gwen deu permissão para que os médicos o operassem, porém o desenlace aconteceu dois dias depois.

A mãe de Gwen apareceu em sonho para dizer que naquela madrugada a crise finalmente chegaria ao fim. Gwen acordou logo depois e viu que eram 7 horas. Decorrido pouco tempo - precisamente às 7h10 -, recebeu um telefonema do hospital, avisando que seu pai falecera.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

A Cela 17

Os membros do Molly Maguires marcham para a morte em Pottsville, Pensilvânia (21/06/1877)


Nos vinte anos entre 1860 e 1880, os EUA foram abalados por violentos conflitos trabalhistas. As condições de trabalho nas minas de carvão da Pennsylvania eram terríveis - um operário recebia, em média, 50 centavos de dólar por um longo e perigoso dia de labuta embaixo da terra - e os mineiros, a maioria imigrantes irlandeses, viviam em frequente disputa com seus chefes, muitos dos quais descendentes de ingleses e galeses.

Para enfrentar os proprietários das minas, formou-se a sociedade secreta chamada Mollie Maguires. Essa sociedade organizou a primeira greve contra as companhias de mineração dos EUA. Mas a resistência dela foi mais além: seus integrantes incitaram tumultos e mataram cerca de 150 pessoas.

Os donos das minas contrataram os serviços da Agência de Detetives Pinkerton, que colocou o agente James McParlen disfarçado entre os membros da Mollie Maguires. Mais tarde, o testemunho de McParlen enviaria doze participantes da sociedade secreta para a forca. Em 1877, "Yellow Jack" Donohue foi condenado por haver matado um contramestre da Lehigh Coal and Navigation Company. Três outros homens foram sentenciados à forca pelo assassinato de outro supervisor de uma mina. Dois desses homens enfrentaram estoicamente a morte. Contudo, um deles - Alexander Campbell - jurou estar inocente.

Quando o arrastavam da cela número 17, no primeiro pavimento, Campbell esfregou a mão esquerda na poeira do chão e pressionou a palma contra a parede.

- Esta impressão palmar permanecerá aqui para sempre, como prova de minha inocência - gritou o condenado.

Campbell repetiu o juramento de inocência por várias vezes, enquanto ia sendo arrastado à força para o patíbulo, onde, após a abertura do alçapão, ele ainda demorou 14 minutos para morrer por enforcamento. Campbell se foi, porém, sua impressão palmar ficou, exatamente como prometera.

Em 1930, quando Robert L. Bowman foi eleito xerife de Carbon County, prometeu retirar a impressão, que já estava sendo considerada como prova de um terrível erro judiciário na história do município. Em dezembro de 1931, uma equipe de trabalho entrou na cela de número 17 e retirou da parede o pedaço do reboco onde estava a impressão palmar, substituindo-o por um reboco novo.

Na manhã seguinte, o xerife entrou na cela e ficou horrorizado ao ver o leve contorno da mão, no reboco ainda úmido. À noite, a impressão palmar negra era perfeitamente visível.

Embora a cela agora seja mantida trancada, sendo aberta apenas para algum visitante ocasional, a impressão palmar continua lá até hoje.

Em 1978, um pintor de paredes entrou às escondidas na cela e tentou pintar aquele pedaço do reboco, mas a impressão reapareceu, minutos depois, na tinta fresca.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Mente Fotográfica


Ted Sérios era conhecido como "o homem da mente fotográfica" - não por causa de sua memória, mas devido à capacidade de imprimir imagens em filmes Polaroid pela pura concentração.

A maior parte do que sabemos do caso nos vem dos relatos do psiquiatra Jule Eisenbud, de Denver, Colorado, que trabalhou com Sérios nos anos 60. Sérios, ex-mensageiro de hotel em Chicago, morou na casa de Eisenbud durante a realização dos experimentos. Seu procedimento normal era olhar para a lente da câmara, frequentemente através de um cilindro de papel preto, e dizer aos pesquisadores quando deviam apertar o disparador. Em geral, uma cena borrada aparecia na foto resultante.

Naturalmente, os céticos afirmaram que a coisa toda não passava de fraude, declarando que o estranho cilindro com o qual Sérios gostava de trabalhar continha uma lente oculta. No entanto, tais críticas não conseguiram explicar todos os detalhes do sucesso do ex-mensageiro.

Uma experiência um tanto intrigante foi imaginada pelo dr. Eisenbud, em 1965. Várias testemunhas reuniram-se em sua casa, e cada uma delas anotou determinada cena em um pedaço de papel. Sérios, que não foi informado das sugestões, simplesmente recebeu ordens de imprimir uma das cenas em filme Polaroid. Isso significava que parte da mente dele precisava receber, mediunicamente, as sugestões, escolher uma delas, e então imprimi-la no papel fotográfico.

Sérios começou sua parte da experiência tomando algumas cervejas, antes de começar a trabalhar, e olhando fixamente para a máquina fotográfica. A imagem que resultou parecia a foto de uma aranha em pose, fora de foco. E não combinava com nenhuma das sugestões dadas pelos convidados. A única que se aproximava era a que trazia escritas em um pedaço de papel as palavras "avião com escalonamento dos planos de voo".

Dois anos mais tarde, quando o dr. Eisenbud lia um exemplar de “The American Heritage of Flight”, encontrou, para sua surpresa, uma série de fotos de aviões biplanos com a asa superior avançada - e a foto anterior de Sérios era idêntica a uma delas.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Fata Morgana

A miragem, como observada no Porto de Messina - The Book of Curiosities (1854)

O efeito de Fata Morgana, do italiano fata Morgana (ou seja: fada Morgana), em referência à fictícia feiticeira (Fada Morgana) meia-irmã do Rei Artur que, segundo a lenda, era uma fada que conseguia mudar de aparência, é um efeito de ilusão ótica.

Trata-se de uma miragem que se deve a uma inversão térmica. Objetos que se encontrem no horizonte como, por exemplo, ilhas, falésias, barcos ou icebergues, adquirem uma aparência alargada e elevada, similar aos "castelos de contos de fadas".

A Fata Morgana mais célebre é a que se produz no Estreito de Messina, entre a Calábria e a Sicília.

Com tempo calmo, a separação regular entre o ar quente e o ar frio (mais denso) perto da superfície terrestre pode atuar como uma lente refratária, produzindo uma imagem invertida, sobre a qual a imagem distante parece flutuar. Os efeitos Fata Morgana costumam ser visíveis de manhã, depois de uma noite fria. É um efeito habitual em vales de alta montanha, onde o efeito se vê acentuado pela curvatura do vale, que cancela a curvatura da Terra. Também se costuma ver de manhã nos mares árticos, com o mar muito calmo, e é habitual nas superfícies geladas da Antártida.

Os efeitos de Fata Morgana são miragens ditas superiores, diferentes das miragens inferiores, que são mais comuns e criam a ilusão de lagos de água distantes nos desertos ou em estradas com o asfalto muito quente.

O efeito Fata Morgana foi o tema de uma questão no ENEM de 2015 onde especulava-se que este foi o motivo do naufrágio do Titanic. O fenômeno ótico que produz a Fata Morgana é a refração, a reflexão e a difusão da luz. Todos eles são fundamentais para a ocorrência do fenômeno.



Fontes: Wikipédia; The Book of Curiosities, by I. Platts.