quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Agnes Sampson

Agnes Sampson e suas amigas bruxas dando bebês para o Diabo.

Agnes Sampson (? - 1591 D. C) foi uma senhora idosa, respeitada parteira e curandeira de North Berwik, Escócia, acusada de se reunir com "outras bruxas" na noite de Halloween em 1590 e lançar um feitiço sobre a "Mãe Natureza" que levou a uma tempestade que quase afundou o navio em que o rei James VI estava navegando.

Sampson foi levada até o rei James e um conselho de nobres. Ela negou todas as acusações, mas depois de ser torturada horrivelmente, finalmente confessou.

Ela estava presa à parede de sua cela por um freio de bruxa - um instrumento de ferro com pontas afiadas que forçava para dentro da boca, de modo que dois dentes pressionavam a língua, e os dois outros iam contra as bochechas.

Foi mantida sem dormir, lançada com uma corda em volta de sua cabeça, e só depois destas provações confessou cinquenta e três acusações contra ela, entre elas a de ser aliada de Satanás e de conspirar para afogar o rei.

Após sua confissão, foi estrangulada até a morte e depois queimada.

Ela foi a primeira de um número estimado de 70 bruxas de North Berwick a serem mortas no reinado do rei James. De acordo com TC Smout, entre 3.000 e 4.000 bruxas foram acusadas e executadas na Escócia nos anos 1560-1707.


Fontes: 10 ‘Witches’ Who Were Famously Killed For Their Alleged Crimes; Wikipédia.

O Retrato de Antonietta Gonsalvus


De autoria da pintora italiana Lavinia Fontana (1552-1614), esta tela é de 1577 e diz respeito a uma pessoa real quando tinha 12 anos. Antonietta Gonsalvus, eternizada como Tognina, tal como seu pai, Petrus Gonsalvus (figura abaixo), seu irmão e suas irmãs, sofria de uma doença rara, a hipertricose (hypertrichosis univerversalis congênita), também conhecida por síndrome do lobisomem.

O manuscrito que Antonietta segura com as duas mãos resume a sua história: “Don Pietro, homem selvagem descoberto nas Ilhas Canárias, foi conduzido a sua Alteza Sereníssima D. Henrique, rei da França, e de lá para sua Excelência o Duque de Parma. Dele descendo eu, Antonietta, e posso ser encontrada junto da corte da senhora Isabella Pallavicina, honorável Marquesa de Soragna”.

Muito se falou da doença rara de sua família. Desenhos dela estão em Praga porque o imperador de lá tinha um livro de curiosidades. Médicos e antropólogos a estudaram minuciosamente. A igreja, que considerava o rosto como a capela sagrada do corpo, não a entendia e aceitava. A sorte da família é que Francisco, já santo há mais de 100 anos, havia incluído o animal ao reino de Deus.

Outra curiosidade sobre esta obra (lembre-se, a tela tem 500 anos): foi pintada por uma mulher, filha do dono da oficina de pintura que atendia a casa nobre que fez a encomenda da tela. Acredite... Pintoras no século XVI eram tão raras quanto mulheres lobo. Ah... Tognina cresceu, casou e teve filhos... todos parecidos com ela.


Fontes: Rui Gonçalves Piranda; Monstros: Milagres da natureza ou pecado dos homens?.